Começo este relatório mensal destacando que não houve alterações na alocação dos investimentos dos perfis conservador, moderado e agressivo. O motivo é a incerteza que impera no cenário global e local, como veremos adiante.
Conservador: Prioriza a segurança com foco majoritário (75%) em pós-fixado e 25% em títulos atrelados à inflação de médio e longo prazo, buscando proteção com baixo risco.
Moderado: Busca equilíbrio entre risco e retorno, com maior diversificação. Mantém a maior parte em renda fixa (pós: 53%, inflação: 30%, pré: 4,5%), adiciona uma pequena exposição em ações nacionais (2,5%) e internacional (7,5%), além de multimercado (2,5%) para diversificação a longo prazo.
Agressivo: Visa o maior potencial de retorno, tolerando mais risco. Alocações significativas em renda variável internacional (20%) e nacional (10%), multimercado (5%), e títulos ligados à inflação (32,5%). Reduz a parcela em pré-fixado (5%) e mantém posições em pós-fixado (25%) e hedge (ouro: 2,5%).
Agora, os comentários: Vencidos os primeiros 100 dias de governo, a política de Trump continua a ser um fator de volatilidade global. Na reunião de 7 de maio, o FED manteve as taxas de juros americanas entre 4,25% e 4,50% ao ano, confirmando expectativas. A bolsa americana negocia a múltiplos elevados (25x lucro), enquanto mercados como o europeu (14x) e o brasileiro (10x) apresentam avaliações mais atrativas, indicando oportunidades de diversificação para as carteiras de investimentos. A estratégia não é abandonar o mercado americano, mas equilibrar a carteira. As políticas dos EUA podem impactar indiretamente o Brasil, aumentando a demanda chinesa por commodities, o que seria benéfico para o país.
No Brasil, o cenário é marcado pelo aumento da Selic para 14,25% ao ano pelo COPOM, no mesmo dia 7 de maio, em resposta à inflação persistente. A ata do Copom, divulgada em 13/05, destacou o aumento da incerteza por conta das medidas protecionistas nos Estados Unidos. O colegiado ressaltou que o país é menos afetado de forma direta pelas tarifas, mas sofrerá as consequências via cenário externo mais adverso. Em síntese, veremos a manutenção de uma política monetária restritiva por um período extenso, mesmo com o possível fim do ciclo de aperto, visando garantir a convergência da inflação à meta em um cenário de incertezas globais e resiliência da atividade doméstica.
Apesar das pressões inflacionárias, o Ibovespa apresentou ganhos significativos em março (6%) e abril (3%), aproximando-se das máximas históricas acima de 135 mil pontos. As escolhas de ações como JBS e Embraer se mostraram acertadas, com ambas as empresas distribuindo dividendos em abril, o que fortaleceu as carteiras de investimento. A valorização do real frente ao dólar em 2025 abre uma janela de oportunidade para investidores brasileiros que buscam diversificar seus portfólios com alocação em mercados globais.
A combinação de fatores globais e locais exige uma estratégia de investimento cautelosa e diversificada. A volatilidade global, impulsionada pelas políticas americanas, e as pressões inflacionárias internas exigem monitoramento constante e ajustes na carteira. A diversificação entre mercados mais baratos e o mercado americano, juntamente com a busca por empresas sólidas com histórico de dividendos, são estratégias prudentes. A valorização do real oferece um ponto de entrada favorável para investidores que buscam exposição internacional, mas é crucial considerar os riscos cambiais e a volatilidade do mercado global.
Finalmente, em 31 de maio se encerra o prazo para entrega da Declaração de Imposto de Renda. Em seguida, podemos avaliar os ajustes necessários para maximizar a restituição por meio de aportes nos fundos PGBL.
Aguardo seus comentários e dúvidas. Fique à vontade para agendar nossa próxima conversa clicando aqui ou me chame no whatsapp.