O mês de setembro foi marcado por um movimento que define a nova fase dos mercados globais: enquanto o Banco Central Americano (Fed) retomou o ciclo de cortes de juros para amparar a economia, o Banco Central do Brasil adotou uma postura mais firme, sinalizando que os juros por aqui devem continuar altos por mais tempo.
Essa divergência de rotas reforça a importância de uma estratégia bem definida. Abaixo, detalhamos a composição atual das carteiras e a análise que fundamenta nossa visão para os próximos meses.
Nossa Estratégia para Outubro de 2025
Para o mês de outubro, não houve alterações nas alocações de recursos. A decisão do Comitê de Investimentos foi de manter a estratégia, que consideramos a mais adequada para o cenário atual.
Perfil Conservador
A estrutura segue focada na segurança, com 75% em Pós-fixado e 25% em títulos atrelados à Inflação.
Perfil Moderado
Renda Fixa: A base da carteira segue com 50% em Pós-fixado, 30% em títulos de Inflação e 7,5% em Prefixados.
Renda Variável e Diversificação: Mantemos as exposições em Ações Nacionais (2,5%), Ações Internacionais (5,0%), Ouro (2,5%) e Multimercados (2,5%).
Perfil Agressivo
Renda Fixa: Mantemos a posição em títulos Prefixados em 8,5%, além de 32,5% em títulos de Inflação e 21,5% em Pós-fixado.
Renda Variável e Diversificação: Sustentamos as alocações em Ações Nacionais (10,0%), Ações Internacionais (17,5%), Ouro (5,0%) e Multimercados (5,0%).
O Contexto: A Análise por Trás da Nossa Estratégia
Cenário Doméstico: Juros Altos, Risco de Crédito e um Olhar para 2026
No Brasil, o Banco Central deixou claro que a prioridade é a credibilidade, afastando cortes de juros em 2025. Com isso, mantemos uma posição relevante em Pós-fixados (CDI). Diante deste cenário, iniciaremos nos próximos meses um ajuste tático, aumentando a alocação em Prefixados para travar as taxas atrativas atuais, visando o ciclo de queda de juros em 2026.
Ao mesmo tempo, monitoramos uma série de estímulos governamentais já em andamento. Medidas como a reforma do Imposto de Renda e os novos programas de crédito têm o potencial de adicionar mais de 1 ponto percentual ao crescimento do PIB de 2026. Embora a economia desacelere no curto prazo, essas iniciativas constroem as bases para um cenário de crescimento mais robusto do que o esperado para o ano que vem.
No entanto, o caminho até 2026 exige navegar um presente mais desafiador. O cenário de Selic elevada, necessário para o controle da inflação, aumenta o risco de crédito em toda a economia. O recente evento com a empresa Ambipar, apesar de não ter relação direta com os juros altos, impactou um fundo específico, o Panamby, e serve como um alerta para este risco geral. Como parte da nossa comunicação transparente com os investidores do fundo, informamos que a Ambipar solicitou proteção judicial, o que gerou uma marcação a mercado negativa na cota. Em contatos individuais com cada cotista, estamos em processo de ajuste da posição no Panamby conforme cada perifl de investimento. Esse episódio reforça a importância da seletividade e da diversificação em um ambiente que pode trazer novas reestruturações de dívidas.
Cenário Internacional: Ouro em Máxima Histórica Valida Estratégia de Proteção
Nos EUA, o Fed cortou os juros em 0,25% em setembro, mas é a incerteza global que valida a importância da diversificação. As notícias do início de outubro não deixam dúvidas: o ouro renovou sua máxima histórica, superando os US$ 4.000 por onça-troy, em um movimento impulsionado pela desconfiança nos bancos centrais e pela instabilidade geopolítica. A crescente demanda por ouro é um sinal preocupante da fragilidade global. Isso reforça nossa convicção de que a alocação em Ouro não é apenas uma escolha tática, mas um pilar fundamental para a resiliência da carteira a longo prazo.
Se você quiser discutir como essas estratégias se aplicam especificamente à sua carteira ou tiver qualquer outra dúvida, será um prazer conversarmos. Você pode agendar uma videochamada diretamente na minha agenda clicando aqui.



