Novembro foi um mês de forte movimento nos mercados. No Brasil, o Ibovespa renovou máximas e superou os 159 mil pontos, acumulando alta de 6,37%. Esse avanço veio principalmente do cenário externo, já que outras bolsas de países emergentes também subiram, e a nossa ainda negocia a múltiplos menores. Enquanto isso, a Selic segue em 15% ao ano, e o Banco Central reforçou que manterá a taxa elevada até observar sinais claros de desaceleração da inflação e da demanda. O início dos cortes deve ocorrer apenas em algum momento de 2026 e pode ser um catalisador para a Bolsa ao longo do ano.
Nos Estados Unidos, o fim do shutdown permitiu a retomada de dados importantes. O payroll mostrou desemprego em 4,4%, o nível mais alto em quase quatro anos, influenciado pela adoção crescente de inteligência artificial e sinais de desaceleração da economia. O Federal Reserve continua dividido sobre novos cortes; a próxima reunião ocorre 9 e 10 de dezembro. Em 2026, a primeira reunião será nos dias 27 e 28 de janeiro. Os principais índices americanos terminaram novembro próximos da estabilidade, com leve pressão no setor de tecnologia.
Dezembro e o movimento para 2026
Dezembro marca a transição para um ano que deve ser guiado por três eixos centrais:
- Juros altos no curto prazo no Brasil, com possibilidade de início dos cortes no começo de 2026.
- Ano eleitoral, que normalmente amplia a volatilidade e pode influenciar expectativas de preços e setores.
- Cenário global complexo, mas com potenciais catalisadores positivos.
O Investment Outlook 2026, elaborado pela Goldman Sachs Asset Management, mostra que 2026 deve ser influenciado por ciclos de cortes de juros em alguns países, retomada de fusões e aquisições, e expansão estrutural dos investimentos em inteligência artificial, infraestrutura e segurança energética. Esses elementos podem criar pontos de entrada interessantes para investidores bem posicionados e diversificados.
A seguir, a alocação recomendada para dezembro conforme o Comitê de Investimentos.
Alocação por Perfil — Dezembro/2025
Perfil Conservador
- Renda Fixa Total: 100%
- Pós-fixado: 75%
- Inflação (IPCA+): 25%
- Prefixado: 0%
Perfil Moderado
- Renda Fixa Total: 87,5%
- Pós-fixado: 50%
- Prefixado: 7,5%
- Inflação (IPCA+): 30%
- Multimercado: 2,5%
- Renda Variável Nacionnal: 2,5%
- Renda Variável Internacional: 5,0%
- Hedge (Ouro): 2,5%
Perfil Arrojado
- Renda Fixa Total: 62,5%
- Pós-fixado: 21,5%
- Prefixado: 8,5%
- Inflação (IPCA+): 32,5%
- Multimercado: 5%
- Renda Variável Nacional: 10%
- Renda Variável Internacional: 17,5%
- Hedge (Ouro): 5,9%
Contexto doméstico
A economia brasileira segue em desaceleração gradual, com inflação em 4,6% em 12 meses. Os dados de mercado de trabalho mostram criação menor de vagas e aumento da população desocupada. Isso ajuda a reforçar o cenário de início conservador dos cortes de juros em 2026, possibilitando o fechamento das curvas de prefixados e IPCA+ nos vértices curtos e intermediários. Na renda variável, a alta recente da Bolsa foi puxada pelo exterior, e o setor financeiro segue como destaque positivo, enquanto outros segmentos mostram desaceleração por conta do juro elevado. O cenário eleitoral de 2026 deve aumentar a volatilidade e criar movimentos táticos de realocação ao longo do ano.
Contexto internacional
O ambiente global combina oportunidades e riscos. O Investment Outlook 2026 da Goldman Sachs destaca temas que podem impulsionar retornos em 2026, como cortes de juros, retomada do mercado de fusões e aquisições e o avanço estrutural da inteligência artificial. Há também riscos importantes: o quadro fiscal dos EUA, efeitos de tarifas sobre consumo e a concentração elevada nas maiores empresas de tecnologia. Mesmo assim, o cenário aponta para maior dispersão entre setores e países, abrindo espaço para gestão ativa e diversificação global.
Novidades relevantes para sua organização financeira
Além dos mercados, três mudanças recentes merecem sua atenção porque podem afetar diretamente sua segurança, sua tributação e seu planejamento de 2026.
1. Rearp — Regularização e atualização patrimonial (Lei nº 15.265/2025)
O Regime Especial de Atualização e Regularização Patrimonial – REARP oferece uma janela de 90 dias (até 19/fev/2026) para atualização de valores de imóveis e veículos já declarados, com alíquota reduzida de 4% para pessoas físicas, e também permite regularizar ativos omitidos, com tributação maior. A lei inclui restrição de cinco anos para venda dos bens atualizados e a adesão pode ser útil para quem deseja organizar o patrimônio ou reduzir riscos fiscais futuros, mas exige análise cuidadosa dos impactos financeiros.
2. Novas regras de Imposto de Renda para 2026
A partir de janeiro de 2026, haverá isenção para rendas mensais de até R$ 5.000 e descontos para rendas até R$ 7.350, enquanto contribuintes de renda mais alta terão aumento de carga tributária, incluindo lucros e dividendos. Essa mudança altera o planejamento financeiro de grande parte das famílias, criando folga para algumas faixas e exigindo revisão da estratégia fiscal para outras.
3. BC PROTEGE+ — Segurança financeira gratuita
O BC PROTEGE+ é um serviço do Banco Central que permite bloquear a abertura de contas em seu nome, reduzindo risco de fraude. Pelo mesmo portal (Meu BC), você também acessa o Registrato, onde pode visualizar dívidas, chaves Pix e contas ativas. Acesse https://www.bcb.gov.br/meubc e faça login com sua conta gov.br (nível prata ou ouro). Manter essa verificação ativa é uma prática de governança financeira pessoal e ajuda a proteger seu patrimônio contra fraudes digitais.
Se quiser revisar sua alocação, ajustar o planejamento para 2026 ou discutir como esses cenários impactam seus objetivos, você pode agendar uma conversa comigo aqui. Estou à disposição para orientar cada decisão com clareza e alinhamento ao que é melhor para você.



